O Programa Atlas nasceu da vontade de alguns sócios do Ceamig, liderados pelo Luiz Henrique, Eduardo Pimentel e Cristóvão Jacques de prover seus astrônomos de um equipamento maior para desempenho de funções que estavam sendo realizadas em telescópios menores.
Foi idealizado então um telescópio com uma abertura de 25 polegadas, quatro vezes maior que os então em uso, que permitiriam trabalhar na pesquisa de TNO's, NEO's, e ampliar consideravelmente o campo de busca de asteróides e super-novas.
O projeto foi exposto e aprovado por um grupo de sócios entusiastas que adquiriram os primeiros componentes e viabilizaram a construção de uma montagem altazimutal em madeira.
Apesar de conseguir belas imagens, a construção de um equipamento tão grande revelou desafios que não puderam ser contornados com as soluções adotadas.
O telescópio foi desmontado e novas alternativas começaram a ser estudadas. Depois de definidos os requisitos básicos, projetos inteiramente novos foram propostos e discutidos pelo grupo.
Finalmente, no final de 2006 foi definido e aprovado um projeto de uma montagem equatorial apoiada em um anel, mais sofisticada e mais dispendiosa, mas que poderia atender às rigorosas exigências da pesquisa.
No início de 2007 foi acertado um patrocínio cultural com a Cemig Geração e Transmissão S.A. que através de um convênio participará com o fornecimento de mão de obra especializada na construção dos elementos estruturais e acreditamos que em breve poderemos iniciar os testes com os acessórios eletro-mecânicos, eletrônicos, computadores e software necessários ao pleno funcionamento do telescópio.
Em 3 de agosto de 2007 a Cemig entregou a estrutura do tubo (truss) e a base provisória que foram montados no terraço do Colégio Santo Agostinho.
Em 15 de maio de 2008 a Cemig entregou a base equatorial parcialmente montada, para providenciarmos a usinagem e a montagem final. Contatos com a Usimol, de Itaúna, foram feitos para viabilizar os serviços de usinagem e retífica do anel, mas ela nunca chegou a fornecer um orçamento firme, alegando compromissos com outros clientes.
Tentamos várias outras empresas sem sucesso. Finalmente conseguimos uma esperança: a Metal Mecânica. Fizemos contatos com seus diretores e eles propuseram fazer a parte de caldeiraria, substituição da pista de aço carbono por uma de aço inoxidável e sub-contratar uma empresa fornecedora para o tratamento térmico, a usinagem e retífica da pista, já que seu equipamento estava em reparos. O orçamento girava em torno de 5.000 reais e tivemos que pedir um tempo para levantar esta verba entre os sócios do projeto.
Em março de 2009, conseguimos construir no prédio do roll-off-roof uma plataforma de alvenaria para receber a base equatorial.
Enquanto levantávamos a verba, a Metal Mecânica nos comunicou que não poderia fazer o serviço, devido à indisponibilidade do seu fornecedor terceirizado de serviços de usinagem.
Em junho de 2010, a base de aço foi transportada pelo Carlos Magno, de sua casa para o observatório, e foi instalada sobre a plataforma de concreto.
Começamos uma nova rodada de negociações. A Metal Mecânica havia perdido o Marconi, que estava viabilizando nossa encomenda e contratado novos empregados. Tivemos que começar de novo os acertos e acabamos com uma nova proposta: A Metal Mecânica iria fazer a usinagem, não em um torno, mas num centro de usimagem computadorizado. Para isso teriam que comprar um acessório extra e o orçamento iria subir um pouco.
Espremendo as contas, acabamos autozizando o serviço, e depois de vários acertos, eles nos entregaram o anel usinado em 4 de novembro de 2010.
Conseguimos com o Alexandre Maluf um transporte e levamos o conjunto para o Observatório Wykrota no mesmo dia.
A cada subida à Serra, conseguimos adiantar algumas estapas de montagem, soldagem e pintura dos componentes e finalmente, em 29 de outubro de 2011, conseguimos juntar a turma e num esforço conjunto dos sócios e ATMs, montamos o conjunto do eixo polar sobre a base e fizemos a transferência do telescópio do CSA para o Observatório Wykrota.
Estamos agora trabalhando na finalização da montagem para iniciar os trabalhos de automação.
